Programa pioneiro gera renda para mulheres no litoral do Estado 25/05/2021 - 16:20

Uma ideia pioneira  está ajudando na geração de renda para mulheres no litoral do Estado  a partir da transformação da pele do peixe em couro. Peles de peixes do litoral como tilápia, robalo e linguado, entre outras espécies marinhas, que antes eram descartadas se transformam em um produto inovador e sustentável. Um produto que pode ser reaproveitado em toda a sua cadeia de produção: no  processo de curtimento, até  os dejetos podem ser reaproveitados e usado na recuperação de áreas degradadas.

O uso de novas tecnologias  para couro de peixe e o desenvolvimento de colorações naturais para tingimento do couro  também são diferenciais implementados para aumentar o potencial do produto. A originalidade do projeto é o curtume de espécies marinhas. Por isso, pesquisadores que trabalham junto ao projeto estão verificando como poderá ser feita a patente desta técnica.  O projeto está buscando também  parcerias para viabilizar a exportação do couro de peixe  e, junto a prefeitura de Pontal do Paraná, estão formando uma associação para alavancar a produção.”Antes da pandemia, chegamos a efetuar uma venda para a Alemanha e sabemos do potencial do mercado externo para este produto” comenta a coordenadora do programa , professora Katia Kalko.    

O projeto foi iniciado em 2007 pelo programa Universidade sem Fronteiras  e em parceria com a TECPAR. Promovido pelo governo e pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar), o projeto já recebeu um aporte de R$ 475 mil em investimentos da Secretária de Estado de Ciência e Tecnologia, Fundação Araucária e Fundo Paraná. Além da produção do curtume, o programa também promove  capacitações, cursos de artesanato e de empreendedorismo para as mulheres que participam da iniciativa .  Em atividade há 14 anos de atividade, já passaram pelo projeto mais de 250 mulheres residentes do litoral. 

 

Efeito pandemia

Segundo Kalko, atualmente um grupo de 16 mulheres trabalha  no curtume, em sistema de revezamento por causa do momento da pandemia. Ela diz que a venda de parte do couro está sendo feita também para outros projetos parceiros. “Nós vendemos o couro para um projeto desenvolvido pelo Instituto Federal do Paraná que incentiva o artesanato de mulheres em Guaraqueçaba. Então, são mais 14 mulheres que ajudamos indiretamente” comenta Kalko. 

Embora o projeto tenha mantido as atividades durante a pandemia, o número de mulheres que participam do programa diminuiu.Uma das atividades mais buscadas era o uso do couro em artesanatos e como caíram as vendas com a queda de eventos e do turismo , muitas mulheres precisaram buscar outras atividades de complementação de renda neste período. “Por isso estamos buscando novas parcerias, pensando em soluções para revender este produto e buscar parcerias para ajudar a comunidade, principalmente as mulheres que querem empreender”, explica Kalko. 

 

Entenda como é o processo do curtume de peixes

O processo de curtimento da pele de peixes é dividido em duas etapas: a primeira etapa é chamada de Processos de Ribeira/Curtimento e têm por função a eliminação de componentes da pele que possam prejudicar a transformação da pele em couro, e também a preparação da estrutura fibrosa para as etapas posteriores. 
A partir de obtenção do couro, as próximas etapas são referentes ao Recurtimento/Acabamento, onde o couro é submetido a tratamentos que dão o aspecto final a matéria-prima.

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