Mulheres fazem história na Marinha Brasileira desde 1865 03/06/2022 - 15:24

Hoje, 11 de junho, comemoramos o Dia da Marinha Brasileira. E, no que diz respeito às mulheres, a instituição tem sido pioneira entre as Forças Armadas. Desde 1980, a mulher está formalmente inserida na corporação, por meio da criação do extinto Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha, sendo a primeira Força Armada a tornar esse feito realidade.

Contudo, a história da mulher na Marinha é um pouco mais antiga, pelo menos, desde a Guerra da Tríplice Aliança, como voluntárias a partir de 1865. Uma dessas mulheres, conforme documento publicado pela Marinha, foi Maria Francisca da Conceição, que, para participar da expedição com o marido, cortou os cabelos, vestiu um uniforme dele e instalou-se nas fileiras na hora do embarque.

“Em luta, tomou as armas, cinturão e cartucheira de um soldado morto e avançou com a artilharia, derrubando vários soldados, mesmo depois de ver o marido ser morto, até ser ferida por um soldado paraguaio. Ela sobreviveu aos ferimentos e, pelos seus feitos, foi apelidada de Maria Curupaiti. Foi uma das mulheres mais admiradas da tropa”, diz a publicação.

As mulheres também auxiliaram na Segunda Guerra Mundial como enfermeiras voluntárias, nos hospitais militares, tendo, inclusive, atuado no campo de batalha, na Itália, no período de 1942 a 1945.

A Marinha do Brasil, ainda na vanguarda da valorização das mulheres em suas fileiras, foi a primeira Força Armada brasileira a promover uma mulher ao Posto de Oficial General. A Contra-Almirante Médica, Dalva Maria Carvalho Mendes foi promovida em novembro de 2012, até então a única mulher a chegar ao posto de Oficial General. Em novembro de 2018, a Marinha do Brasil promoveu a segunda mulher a Oficial General, a Capitão de Mar e Guerra Engenheira Naval, Luciana Mascarenhas da Costa Marroni.

No decorrer dos anos, mais mudanças foram ocorrendo internamente como a formatura da primeira turma mista de oficiais da Escola Naval, em 2017, e o ingresso de mulheres como Aspirantes a Oficial no Corpo da Armada e de Fuzileiros Navais, em 2019. Para 2023, está previsto o ingresso delas nas Escolas de Aprendizes Marinheiros e nos Cursos de Formação de Soldados Fuzileiros Navais, completando-se, assim, o processo de inclusão das mulheres em todos os Corpos, Quadros, escolas e centros de instrução da Marinha do Brasil. Atualmente, cerca de nove mil mulheres compõem as fileiras da Marinha.