Fórum busca ampliar espaço da mulher na política 29/11/2021 - 09:45

Será lançado nesta segunda-feira (29), na Assembleia Legislativa, o Fórum Paranaense de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, um espaço às interessadas em candidaturas nas eleições de 2022 e suporte para debate e apresentações de propostas de gênero.

O evento é coordenado pela Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do Paraná e faz parte da programação da Campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, criada através da lei 20.234/2020.

"Vamos debater projetos que atendam às mulheres, combatam a violência contra as mulheres, discuta os desafios e as estratégias para a construção de uma agenda conjunta de mulheres dirigentes partidárias para o monitoramento das políticas de gênero do governo e pautas que visam contribuir para mudar o cenário de sub-representação das mulheres no universo político", disse a deputado Cristina Silvestri (CDN), procuradora da Mulher no legislativo. “A Procuradoria da Mulher tem entre seus objetivos contribuir para a eliminação dos preconceitos, atitudes e padrões comportamentais na sociedade que perpetuam a violência contra as mulheres e a desigualdade de gênero, seja ela no âmbito da sociedade e ou em órgãos públicos’, completou.

Criado em 23 de julho, o Fórum tem apoio de 11 partidos e empossará Ana Moro (PDT-PR) como coordenadora-geral do colegiado.

NÚMEROS - Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca de 46% dos filiados a partidos são mulheres. No entanto, o Brasil está entre os países com a menor representação feminina na política no mundo: 133º lugar no ranking global, com apenas 15% de mulheres na Câmara dos Deputados.

O Paraná também enfrenta um cenário de sub-representatividade na política, entre os cargos de liderança dos partidos, apenas 11% são ocupados por mulheres. Entre os 33 parlamentares federais, cinco são mulheres e entre os 54 deputados estaduais, apenas cinco mulheres. São ainda 39 prefeitas, 48 vice-prefeitas e 579 vereadoras.

AUDIÊNCIA - Na segunda-feira (22), a Assembleia Legislativa realizou uma audiência pública para debater a Lei 14.192 de Combate à Violência Política contra a Mulher.

No encontro, a juíza eleitoral Adriana de Lourdes Simetti, presidente da Comissão da Mulher na Política do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE/PR), fez um contexto histórico da participação feminina na política, explicando que a sociedade e, consequentemente, o meio político, vêm de uma cultura histórica que foi construída com a figura masculina. “Saímos de um cenário masculino, que falava de forma incisiva, e a mulher nesse cenário estava afastada do conceito de cidadania. Enquanto o homem estava aberto à comunidade, cabia à mulher se fechar e estar ligada somente ao cuidado familiar. A partir de 1932, ela pode votar, mas ainda não o faz, porque não tem obrigação. Só em 1945 o voto se torna obrigatório e é a partir daí que ela percebe que poderia ocupar esse lugar reconhecidamente masculino”, ressaltou.

Fonte: Assembleia Legislativa